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Sunday, January 30, 2005

Não achei bem

Pois não. Estava na minha interessada leitura da Gramática da Língua Portuguesa da Texto Editora, quando o sr. dr António Afonso Borregana diz o seguinte: "Dentro das gírias pode incluir-se também o calão, um linguajar considerado grosseiro, próprio de rapazes vadios, ciganos, salteadores, contrabandistas, etc. A conotação desfavorável da linguagem giriática, sobretudo do calão, explica-se pelo facto de ser originária de extractos sociais marginalizados, de ambientes miseráveis, onde a acção educativa dificilmente penetra. O calão não é geralmente aceite pelas classes sociais mais elevadas, que o consideram grosseiro e até obsceno. No entanto, certos vocábulos do calão vão entrando na linguagem familiar, mesmo em meios sociais elevados, sobretudo através de estudantes jovens menos respeitadores das normas sociais."

Transcrevi isto tudo, mas o que queria realçar (e que, de facto, realcei a negrito) eram os "ciganos" e etc.
Puxa!

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Thursday, January 27, 2005

Especialização

Já tinha pensado sobre isto. Porque é que quando olhamos, por exemplo, para um grupo de macacos, ou mesmo moscas, formigas, etc., todos os seus elementos nos parecem exactamente iguais? Será que quando um outro animal olha para os humanos os acha todos iguais?
Aprendi algo que esclarece, de algum modo, estas questões. A resposta é de facto a de que os outros animais nos devem achar muito idênticos. Nós não somos mais heterogéneos que eles.
Quando somos muito bebezinhos, até termos cerca de meia-dúzia de meses, as caras dos outros animais, pelo menos aqueles filogeneticamente mais próximos de nós, parecem-nos de facto diferentes entre si, tal como nos parecem as dos humanos (não sei se se poderia ir longe ao ponto de dizer que a "cara" de insectos nos pareceria diferente. Aliás, não sei onde está o limiar; aves? Reptéis? Anfíbios?).
É que, por incrível de pareça, um bebé com essa idade possui muito mais ligações entre os seus neurónios (sinapses) que um adulto! Mas essa quantidade a mais vai-se tornar desnecessária. Não sei que mais habilidades essas sinapses excedentárias nos davam para além da do reconhecimento de caras, mas, certamente por todas elas serem desnecessárias, vão desaparecer. Se a criança não usar essas conexões, o que será de esperar, por viver entre seres humanos, elas simplesmente degeneram, como plantas que vão murchando se não as regarmos.
Esta é uma evidência das características incríveis que um recém-nascido possui. Não será por acaso que no Yôga dizem que estamos a aprender a ser "bebés" de novo. Um bebé possui um cérebro muito menos moldado, e, por isso, é mais livre!
Outra coisa que esta questão lembra é a importância da cara enquanto espelho de tudo o que somos, sendo ela o que nos identifica. Se calhar, se tivéssemos sinapses para isso, até podíamos todos reconhecermo-nos uns aos outros pelo braço ou simplesmente por um ombro. Mas não, é pela cara!

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Thursday, January 20, 2005

Adolescência

A adolescência é a idade da confusão mental, desorientação, ímpetos, etc. Porém, é precisamente quando somos adolescentes que temos de escolher o nosso futuro profissional, fazendo uma das decisões mais importantes da vida.

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Sunday, January 16, 2005

Caeiro é mestre

(...)
Vi que não há Natureza,
Que Natureza não existe,
Que há montes, vales, planícies,
Que há árvores, flores, ervas,
Que há rios e pedras.
Mas que não há um todo a que isso pertença,
Que um conjunto real e verdadeiro
é uma doença das nossas ideias.

A Natureza é partes sem um todo.
Isto é talvez o tal mistério de que falam.

Foi isto o que sem pensar nem parar,
Acertei que devia ser a verdade
Que todos andam a achar e não acham
E que só eu, porque a não fui achar, achei.
Alberto Caeiro
Caeiro põe-se numa posição exterior à razão, que pauta as sociedades ocidentais. Atinge, desse modo, um conhecimento a que os outros, racionais, não conseguem chegar.
Caeiro faz-me lembrar um indígena, um membro duma tribo perdida no meio da floresta ou numa ilha no oceano. Por exemplo, várias tribos habitantes de pequenas ilhas no Índico sobreviveram ao tsunami, enquanto que, nas praias de países ocidentalizados, dezenas de milhar morreram. Os indígenas não revelam como se salvaram, mas especula-se que tenha sido devido a conhecimentos milenares acerca do movimento do vento, mar e comportamento das aves. Mera observação, tal como Caeiro. Chegaram, por outra via, aonde a ciência ocidental chegou recentemente. Claro que o seu nível de conhecimentos não se pode comparar ao da moderna ciência, mas, pelo menos, foi mais prático e resultou.
Lembro-me também, a propósito do poema de Caeiro, de tribos amazónicas, que, através de alucinogénios, conhecem as propriedades terapêuticas das plantas que os circundam e maneiras de as combinar para alcançar determinado resultado. Não existe uma maneira racional de explicar este fenómeno, ainda, mas, mais uma vez, parece ser outro exemplo de como chegar ao conhecimento por um caminho exterior à razão moderna.

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Friday, January 14, 2005

Sucesso!



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Wednesday, January 12, 2005

Ter ideias

Há provas experimentais que apontam para a existência de um padrão específico nas ondas cerebrais no momento em que fazemos uma grande descoberta. É o chamado "a-ha moment", aquele instante em que tudo encaixa e nos parece clara determinada solução para um problema, por exemplo. Estes "cliques" ocorrem com maior frequência em determinadas situações, aquelas em que a nossa mente está em repouso e não somos bombardeados por informação vinda de todo o lado (Veja-se o famoso exemplo de Newton, que estava descontraidamente debaixo de uma macieira...).
Faz sentido que seja assim. Quando temos demasidos pensamentos a ocuparem o cérebro, os "momentos a-ha" não são capazes de se "impôr". Assim, não conseguimos ter consciência deles e não temos aquelas boas ideias.
De facto, quando não estou em aulas, e acho que já falei disso aqui, sinto que a minha cabeça respira e tenho uma criatividade muito maior. Aliás, durante o stress das aulas nem se tem tempo para assimilar verdadeiramente os conhecimentos adquiridos.

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Mistério

Estou extremamente curioso sobre o que a sonda Huygens irá encontrar quando chegar a Titã. O grande momento está previsto para sexta-feira, cerca de 20 dias depois de ter sido lançada com sucesso pela sua "amiga" Cassini no dia de Natal.
A Huygens vai de encontro a uma lua sobre a qual pouco se sabe. A missão tanto pode ser um falhanço como nos pode dar imensas informações preciosas e imprevisíveis acerca de um novo mundo. Digo "novo mundo", mas na realidade Titan deve substituir uma máquina do tempo, na medida em que se pensa ser extremamente semelhante à Terra primitiva, anterior à formação da vida.
Aguardemos com toda a esperança e entusiasmo. Notícias em primeira mão aqui.


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Thursday, January 06, 2005

Escalas

Ultimamente tem-se falado muito em tremores de terra. Fala-se, igualmente, das escalas que avaliam esses tremores de terra; são elas a de Mercalli e a de Richter. Queria aqui só tentar dar uma breve noção daquilo que cada uma mede (do que alguns já não se devem lembrar).
A escala de Mercalli mede a intensidade dos sismos. Esta escala é qualitativa, pois a intensidade é dada em função do grau de percepção das vibrações pela população em geral e do grau de destruição provocado. A intensidade depende fundamentalmente da quantidade de energia libertada no foco, da profundidade do foco, da distância a que o respectivo local se encontra do epicentro e da natureza do subsolo (já que as ondas sísmicas se propagam de maneiras diferentes, de acordo com os materiais que aí se encontram; aliás, é por isso que as isossistas, linhas que unem, num mapa, locais de igual intensidade, em torno do epicentro, não são circunferências). A escala de Mercalli é finita e está definida para valores de I (em que as pessoas nada sentem) a XII (em que há a destruição total da paisagem).
A escala de Richter foi criada em 1935 por Charles Richter. Esta mede a magnitude do sismo. A magnitude calcula-se directamente a partir da energia libertada, aplicando-se determinada fórmula. Essa energia é medida pelos sismógrafos. Não há um limite para a energia que pode ser libertada num sismo, logo, a escala de Richter não tem limite!
Nota: Foco, ou hipocentro, é o local onde ocorre libertação de energia; epicentro é o ponto da superfície terrestre mais próximo do foco.

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Sunday, January 02, 2005

Tragédia no Sudoeste asiático

Os incontactáveis não estão desaparecidos? E os desaparecidos não estarão incontactáveis?
Tenho a certeza absoluta de que deve haver uma boa razão para esta diferenciação, mas eu ainda não a apanhei!

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