Thursday, January 27, 2005
Especialização
Já tinha pensado sobre isto. Porque é que quando olhamos, por exemplo, para um grupo de macacos, ou mesmo moscas, formigas, etc., todos os seus elementos nos parecem exactamente iguais? Será que quando um outro animal olha para os humanos os acha todos iguais?
Aprendi algo que esclarece, de algum modo, estas questões. A resposta é de facto a de que os outros animais nos devem achar muito idênticos. Nós não somos mais heterogéneos que eles.
Quando somos muito bebezinhos, até termos cerca de meia-dúzia de meses, as caras dos outros animais, pelo menos aqueles filogeneticamente mais próximos de nós, parecem-nos de facto diferentes entre si, tal como nos parecem as dos humanos (não sei se se poderia ir longe ao ponto de dizer que a "cara" de insectos nos pareceria diferente. Aliás, não sei onde está o limiar; aves? Reptéis? Anfíbios?).
É que, por incrível de pareça, um bebé com essa idade possui muito mais ligações entre os seus neurónios (sinapses) que um adulto! Mas essa quantidade a mais vai-se tornar desnecessária. Não sei que mais habilidades essas sinapses excedentárias nos davam para além da do reconhecimento de caras, mas, certamente por todas elas serem desnecessárias, vão desaparecer. Se a criança não usar essas conexões, o que será de esperar, por viver entre seres humanos, elas simplesmente degeneram, como plantas que vão murchando se não as regarmos.
Esta é uma evidência das características incríveis que um recém-nascido possui. Não será por acaso que no Yôga dizem que estamos a aprender a ser "bebés" de novo. Um bebé possui um cérebro muito menos moldado, e, por isso, é mais livre!
Outra coisa que esta questão lembra é a importância da cara enquanto espelho de tudo o que somos, sendo ela o que nos identifica. Se calhar, se tivéssemos sinapses para isso, até podíamos todos reconhecermo-nos uns aos outros pelo braço ou simplesmente por um ombro. Mas não, é pela cara!
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Já tinha pensado sobre isto. Porque é que quando olhamos, por exemplo, para um grupo de macacos, ou mesmo moscas, formigas, etc., todos os seus elementos nos parecem exactamente iguais? Será que quando um outro animal olha para os humanos os acha todos iguais?
Aprendi algo que esclarece, de algum modo, estas questões. A resposta é de facto a de que os outros animais nos devem achar muito idênticos. Nós não somos mais heterogéneos que eles.
Quando somos muito bebezinhos, até termos cerca de meia-dúzia de meses, as caras dos outros animais, pelo menos aqueles filogeneticamente mais próximos de nós, parecem-nos de facto diferentes entre si, tal como nos parecem as dos humanos (não sei se se poderia ir longe ao ponto de dizer que a "cara" de insectos nos pareceria diferente. Aliás, não sei onde está o limiar; aves? Reptéis? Anfíbios?).
É que, por incrível de pareça, um bebé com essa idade possui muito mais ligações entre os seus neurónios (sinapses) que um adulto! Mas essa quantidade a mais vai-se tornar desnecessária. Não sei que mais habilidades essas sinapses excedentárias nos davam para além da do reconhecimento de caras, mas, certamente por todas elas serem desnecessárias, vão desaparecer. Se a criança não usar essas conexões, o que será de esperar, por viver entre seres humanos, elas simplesmente degeneram, como plantas que vão murchando se não as regarmos.
Esta é uma evidência das características incríveis que um recém-nascido possui. Não será por acaso que no Yôga dizem que estamos a aprender a ser "bebés" de novo. Um bebé possui um cérebro muito menos moldado, e, por isso, é mais livre!
Outra coisa que esta questão lembra é a importância da cara enquanto espelho de tudo o que somos, sendo ela o que nos identifica. Se calhar, se tivéssemos sinapses para isso, até podíamos todos reconhecermo-nos uns aos outros pelo braço ou simplesmente por um ombro. Mas não, é pela cara!
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