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Thursday, July 21, 2005

Stop

A partir do início do mês de Agosto há mais.
Agora vou descansar e andar por esse velho continente até uma das suas cidades-mãe (Roma)
Até Agosto!

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Thursday, July 14, 2005

Música natural

Aquelas músicas populares tradicionais, de autor desconhecido, que remontam à origem dos tempos, são para mim fascinantes. Não houve, provavelmente, ninguém que se tenha sentado um dia e se tenha dedicado a escrevê-las e orquestrá-las. Elas foram-se fazendo ao longo dos anos, passando de pais para filhos, fruto de uma evolução lenta e inconsciente, até se tornarem o que ouvimos. Não há nelas nenhuma intenção ou propósito, situam-se num tempo fora do tempo, andam suspensas pelos séculos.
São como bichos ou plantas, fazem parte do mundo natural. São inquestionáveis por isso e adquirem assim a beleza particular de tudo o que é da natureza.

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Monday, July 11, 2005

Global Consciousness Project

Esta iniciativa tem como objectivo adquirir dados que mostrem que existe uma ligação entre os pensamentos e emoções da população humana e o mundo físico que habitam. Criou-se um software que produz ininterruptamente sequências de dados aleatórias (como se se estivesse continuamente a fazer um jogo de probabilidades, atirando um dado e anotando o resultado). Toda essa informação produzida pelos computadores de pessoas distribuídas pelo mundo é enviada para um site central nos Estados Unidos, sendo armazenada. O estudo desses dados tem mostrado que quando ocorrem eventos importantes que influenciam a mente de vários milhões de pessoas simultaneamente se formam padrões diferentes nesse registo aleatório de dados. A consciência global humana torna um pouco menos aleatório esse registo quando actua em conjunto. Isto é o que os investigadores envolvidos no projecto afirmam.
Mas é tão difícil de mostrar!!
Saibam tudo aqui. O site é completo mas torna-se às vezes um pouco "pesado"

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Saturday, July 09, 2005

entender de novo

É um prazer tão grande redescobrirmos algo; lemos de novo, vemos de novo... E damo-nos conta de novos pormenores que dantes não reparávamos, simplesmente porque não estávamos alerta para eles. São momentos de arqueologia neural, em que entramos em salas quase às escuras, cheias de teias aranha... Como já somos mais altos conseguimos chegar ao interruptor e ver tudo com uma nitidez quase total.
Pegando nesses objectos velhos apercebemo-nos de como realmente evoluímos ao longo dos anos e a nossa cabecinha se alarga. Não sei se é mais típico acontecer isto nesta idade, por causa do grande desenvolvimento relativamente à infância... porém, espero poder ter ao longo da vida esta sensação constantemente.

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Wednesday, July 06, 2005

Noções de Sistemática

A Sistemática é o ramo da Biologia que procura ordenar todo o conhecimento relativo aos seres vivos. Dela faz parte a Taxonomia, cuja função é classificar todo o organismo vivo. A Sistemática também explora as relações de parentesco entre as espécies.
Mas, fundamentalmente, a Sistemática acaba por se confundir com a Taxonomia, a ciência da classificação.
Na Taxonomia valem essencialmente convenções. Uma espécie é classificada de uma determinada maneira por convenção e não porque exista essa diferenciação na natureza. A única categoria taxonómica natural é a espécie, porque, de facto, na natureza existem indivíduos que não se podem cruzar com outros mas que se cruzam entre si, sendo a espécie, precisamente todo o conjunto de indivíduos que se cruza entre si originando descendência fértil, partilhando o mesmo fundo genético. Um burro e uma égua podem cruzar-se dando origem a um indivíduo (mula). Este é estéril e, por isso, os burros e os cavalos constituem duas espécies diferentes.
Mas eu queria falar de sistemas de classificação. Por ser tudo uma convenção, coisas sempre relativas e muito discutíveis, não é, de facto, assim tão importante um leigo ter grandes conhecimentos deste tipo, mas acho na mesma interessante em termos de cultura geral. Noto que existe, em geral, um certo desconhecimento acerca destes assuntos.
Em Taxonomia importa falar primeiro da hierarquia taxonómica, criada por Lineu no século XVIII e ainda hoje usada com poucas modificações. Actualmente, esta hierarquia é composta por sete categorias taxonómicas (ou taxa) dispostas por ordem. Começando na mais abrangente: Reino>Filo>Classe>Ordem>Família>Género>Espécie.
Qualquer ser vivo é caracterizado por estes sete taxa. Por exemplo, o cão doméstico pertence ao reino Animalia, ao filo Chordata, à classe Mammalia, à ordem Carnivora, à família Canidae, ao género Canis e à espécie Canis Familiaris(a espécie é o único taxon com nomenclatura binominal).
Ok. Então quantos reinos existem? De acordo com a classificação mais usada actualmente (proposta em 1979 por Robert Whittaker) são cinco (ainda há muita gente que, como Lineu há 300 anos, pensa que são só o vegetal e o animal). Há o reino animal, o das plantas, o dos fungos, o dos protistas e o das bactérias. "Protistas? O que é isso?" Esse reino acaba por ser uma miscelânea de espécies com poucas semelhanças entre si. Abarca os seres cujas células têm núcleo (eucariontes) e são unicelulares ou multicelulares mas sem diferenciação de tecidos. No reino protista encontram-se os prováveis antepassados das espécies dos três reinos mais evoluidos (animais, plantas e fungos); as algas, os protozoários (proto animais, como o nome diz, sendo a famosa paramécia um exemplo. O plasmodium causador da malária e o trypanosoma causador da doença do sono também são protozoários) e os mixomicetes (proto fungos).
"Então e os fungos não são plantas?" Pois, as diferenças entre eles são grandes demais para que sejam colocados no mesmo reino. De facto, para além de uma grande simplicidade estrutural, a característica comum entre fungos e plantas que mais salta à vista é serem imóveis, o que não é grande argumento, especialmente quando comparado com todas as outras diferenças existentes entre eles. Na realidade, os fungos não fazem a fotossíntese. Como os animais, são heterotróficos precisando de alimento que não conseguem produzir. E adquirem esse alimento num processo de nutrição chamado absorção e que implica uma digestão extracorporal. Os fungos digerem os alimentos fora do corpo, lançando enzimas, e só depois absorvem os nutrientes. Existem também diferenças entre fungos e plantas ao nível da estrutura celular.
Vamos focar-nos agora no reino animal. Dentro dele distinguem-se dois sub-reinos: Parazoa e Eumetazoa. As esponjas são os seres (sim, as esponjas são animais!) que pertencem ao sub-reino Parazoa, pois são estruturalmente muito simples. Não existe nelas grande interdependência ao nível celular, cada célula está por sua conta, basicamente.
O reino animal é, na verdade, muito diversificado. Os vertebrados (os animais mais mediáticos) compõem apenas 5% das espécies deste reino. Existem cerca de trinta e cinco filos no reino animal. Vou falar de alguns, associados a animais conhecidos.
Existe o filo dos celenterados que engloba as medusas, o filo dos equinodermes que possui as estrelas-do-mar e os ouriços-do-mar, o filo dos platelmintes onde estão colocadas as planárias (uns bichos muito achatados e engraçados) e também as ténias, o dos nematelmintes (lombrigas,...), o dos moluscos. No filo dos moluscos importa referir algumas classes (o taxon a seguir ao filo, na hierarquia). Os caracóis e as lapas são moluscos da classe dos gastrópodes (com concha univalve, se bem que as lesmas também são gastrópodes), Os mexilhões e as vieiras são da classe dos bivalves e as lulas e os polvos são da classe dos cefalópodes (que têm uma concha interna, se movimentam por retropropulsão, e têm tentáculos na cabeça). Prosseguindo, há o filo dos anelídeos que tem bichos como as minhocas e as sanguessugas, o filo dos artrópodes. Dentro do filo dos artrópodes existem algumas classes importantes: a dos insectos, a dos crustáceos, a dos aracnídeos, a dos quilópodes e a dos diplópodes, etc. Os artrópodes caracterizam-se pelos apêndices articulados e pelo exosqueleto, essencialmente. Os insectos têm 3 pares de patas e os aracnídeos (aranhas, escorpiões, carraças, ácaros) 4. Os crustáceos (caranguejo, lagosta,...) são aquáticos e têm um exosqueleto mais forte. Os diplópodes são aqueles bichinhos com muitas patas (milípedes), pacíficos, como por exemplo aquele que se chama maria-café. Podem enrolar-se em espiral. Os quilópodes não têm tantas patas e não são tão pacíficos. São as vulgares centopeias. Finalmente chegamos ao filo dos cordados. Estes são os que possuem corda dorsal (pelo menos em fase embrionária, já que nós, por exemplo, na fase adulta, só possuímos coluna vertebral) e tubo nervoso dorsal, entre outras características. Existem, depois, vários subfilos dentro do filo dos cordados, como o dos vertebrados (finalmente!), cujos seres incluidos têm um encéfalo bastante desenvolvido, protegido por um crânio. Possuem, em geral, um endosqueleto bem desenvolvido. Dentro deste subfilo existem superclasses - dos peixes e dos tetrápodes. A superclasse dos peixes engloba os peixes ciclóstomos (lampreias), os peixes cartilagíneos (tubarões, mantas) e os peixes ósseos (robalos, salmões). Os tetrápodes dividem-se naquelas classes bem conhecidas: anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Pois é. isto é um bocado complicado. Só dei uma amostra. Gostava até de ter dado mais pormenores, mas o post ficava chato demais, se calhar.
Através destas classificações pode-se ficar com uma nova noção das relações de parentesco entre os seres vivos. Aliás, era esse o meu objectivo. Constantemente há discussões (nada pacíficas, mesmo) entre os taxonomistas acerca da classificação de determinada espécie. Está sempre tudo em mudança.
Para acabar vou referir a hierarquia taxonómica do homem:
Reino: Animalia, Filo: Chordata, Classe: Mammalia, Ordem: Primata, Família: Hominidae, Género: Homo, Espécie: Homo sapiens, Subespécie: Homo sapiens sapiens

PS: desenvolvimentos do caso da mula aqui. Recomendo verdadeiramente este site

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Monday, July 04, 2005

Se calhar não somos assim tão altruistas

É normal pensar-se que todos, ou quase todos, os animais pensam numa lógica de grupo. Que vale a pena o sacrifício por outros e que não se matam indivíduos da mesma espécie. Isso de facto acontece. Mas há motivos muito concretos pelos quais tal é assim.
É comum, por exemplo, machos da mesma espécie competirem por fêmeas, chegando mesmo a lutar por isso. Na esmagadora maioria das vezes essas lutas duram o tempo suficiente para que alguém vença mas não para que alguém morra. Se repararmos, até parece vantajoso para um macho tentar matar o máximo de adversários da sua espécie visando a diminuição da concorrência. Mas os animais não costumam fazer isso e as suas esporádicas lutas são mesmo cavalheirescas. Mas porquê? Serão bonzinhos e altruistas? Não, provavelmente são muito egoístas.
Imagine que um animal A tem dois adversários B e C. Se A encontra B e tenta matá-lo está, por um lado, a beneficiar C, que também é seu rival. Se A deixar B em paz, levando-o a, eventualmente, lutar com C, poderá beneficiar indirectamente com isso. Não há, portanto uma vantagem óbvia em matar indiscriminadamente um adversário. Quando são muitos os rivais, uma luta até à morte pode prejudicar mais do que beneficiar o vencedor. Uma luta implica riscos: o risco de se perder, claro, e também o risco de se ficar mais ou menos ferido caso se ganhe. E depois de vencermos continuamos com vários adversários que, sem qualquer esforço, também ficaram com menos um rival. Geralmente é, portanto, evolutivamente mais estável uma estratégia menos assassina.
Por exemplo, no combate humano a pragas acontecem coisas destas. Ao exterminarmos uma praga podemos inconscientemente estar a beneficiar outra espécie que sem o antigo adversário se transforma numa nova praga!
Contudo, no mundo animal vale a pena, às vezes, arriscar. Os animais arriscam quando está em jogo algo muito importante como o domínio de um vasto grupo de fêmeas. Isso acontece com os leões marinhos e, por isso, as suas violentíssimas disputas são famosas.

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Friday, July 01, 2005

"É possível que a consciência surja quando a simulação cerebral do mundo se torna tão completa que tem de incluir um modelo de si mesma." - Richard Dawkins, em "O Gene Egoísta"


Então a consciência poderá ser um feedback? Uma imagem da imagem? uma derivada? Poderíamos estender este processo até ao infinito (como quem deriva a derivada da derivada...)? Uma consciência da consciência da consciência......feedback!
Cada salto que se dá em que se incorpora um modelo na simulação é um passo para uma consciência mais profunda. No fundo, esse salto é um nirvana ou um samádhi (o nome depende da filosofia). Existirá um número infinito de nirvanas possíveis de alcançar?

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