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Monday, March 27, 2006

A propósito dum post aqui em baixo...

"A evolução da individualidade é um problema biológico muito interessante. Como definir um indivíduo composto por células tão diferentes entre si? E como será a evolução disto tudo? A biologia moderna tem contribuído para discussões sociais e políticas. O neoliberalismo capitalista baseia-se na sobrevivência dos melhores e essa é uma ideia peregrina. A sobrevivência dos melhores nunca trouxe nada de novo ao mundo, as grandes etapas da evolução da vida aconteceram sempre quando se aumentou a cooperação. Só se encontra algo de novo quando encontramos novas complementaridades; nós só podemos existir porque as células desistiram dos seus sonhos. François Jacob costuma dizer que o sonho de uma bactéria é dividir-se, não tem mais destino nenhum. Mas não, se os sonhos se cumprissem, se elas tivessem essa aspiração individual, nós não poderíamos cumprir os nossos próprios sonhos."

António Coutinho

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Thursday, March 23, 2006

A vontade é uma fuga à lei das probabilidades

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Friday, March 10, 2006

A mistura e a vida.

A nossa espécie, através da linguagem, cria compartimentações demasiado rígidas para aquilo que vê (e quando digo "vê" refiro-me a todos os sentidos). Assim, toda a nossa maneira de pensar acaba por se basear em definições e caixinhas para cada coisa que existe. Mas a realidade não é tão facilmente 'compartimentável' (e ainda bem!). Não há assim tanta definição na natureza e muito menos nas nossas acções e atitudes.
Hoje fiquei extremamente comovido quando aprendi na faculdade algo sobre a natureza do nosso DNA (e se calhar não se percebe como fiquei tão emocionado, mas acreditem que naquele momento fiquei mesmo) que, apesar de tudo, depois de o assimilar, não me admirou nada. Na verdade também nós somos uma mistura incrível... Desde os primórdios da vida que virus infectam células. Ao fazerem-no misturam o seu DNA com DNA da célula hospedeira, incorporando-o nas suas cadeias. Estas sequências adicionais às vezes passam para a geração seguinte. Quando há pouco tempo se sequenciou o DNA humano descobriram-se vários fragmentos de DNA viral que passaram a acompanhar-nos. Em cada célula do nosso corpo há sequências de virus mais ou menos ancestrais que acabam por ser nós também!
Esta inexistência de barreiras entre seres que partilham a mesma molécula da vida é mesmo uma coisa fascinante. No fundo, todos os seres deste planeta falam a mesma língua.
A este exemplo poderia juntar a quase certeza de que possuimos células (ex)bacterianas, com as suas funções específicas de produção de energia, etc (mitocôndrias) com o seu próprio DNA (muito semelhante ao bacteriano), dentro das nossas próprias células.
Acaba por ser esta mistura, esta aleatoridade, este caos, este "who cares?", que me faz escrever posts como alguns aqui em baixo. Não somos apenas máquinas de decisões frias e racionais; somos fruto de misturas, de turbulências que terminam em direcções imprevisíveis. Somos incategorizáveis. Somos pequenas misturas com pedacinhos do resto.
E por isso tudo é tão complexo e belo.

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