Thursday, September 30, 2004
Pedi conselho a Deus para ter a alegria;
Deus mostrou-me a terra e disse: "trabalha semeia e cria"!
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Deus mostrou-me a terra e disse: "trabalha semeia e cria"!
Tuesday, September 28, 2004
"A tirania da escolha"
Há estudos que apontam para isso. Um leque maior de opções contribui para a infelicidade das pessoas, ao contrário do que poderíamos intuitivamente pensar.
A possibilidade de escolha é positiva, mas só até certo ponto. Se virmos bem, o que é que interessa ter 500 hipóteses de cereais matinais para escolher!? (Pessoalmente, fico em stress quando tenho de escolher cereais; não me fixei a nenhum ainda).
Tentando uma explicação teórica, ao fazermos uma escolha estamos a pôr de parte outras hipóteses. Quanto mais forem essas hipóteses maior é o sentimento de perda que temos. Assim, é mais difícil escolher e mais insatisfeitos ficamos com a nossa decisão final.
As consequências sociais deste facto são bastantes. Nos Estados Unidos, pelo menos, nos últimos anos, apesar do aumento da riqueza, a percentagem da população que se considera "muito feliz" diminuiu (o que, claro, não pode ser atribuído só ao problema da escolha...). A evolução da nossa sociedade (com o capitalismo e economia de mercado) não parece vir a melhorar esta situação, pelo contrário.
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Há estudos que apontam para isso. Um leque maior de opções contribui para a infelicidade das pessoas, ao contrário do que poderíamos intuitivamente pensar.
A possibilidade de escolha é positiva, mas só até certo ponto. Se virmos bem, o que é que interessa ter 500 hipóteses de cereais matinais para escolher!? (Pessoalmente, fico em stress quando tenho de escolher cereais; não me fixei a nenhum ainda).
Tentando uma explicação teórica, ao fazermos uma escolha estamos a pôr de parte outras hipóteses. Quanto mais forem essas hipóteses maior é o sentimento de perda que temos. Assim, é mais difícil escolher e mais insatisfeitos ficamos com a nossa decisão final.
As consequências sociais deste facto são bastantes. Nos Estados Unidos, pelo menos, nos últimos anos, apesar do aumento da riqueza, a percentagem da população que se considera "muito feliz" diminuiu (o que, claro, não pode ser atribuído só ao problema da escolha...). A evolução da nossa sociedade (com o capitalismo e economia de mercado) não parece vir a melhorar esta situação, pelo contrário.
Friday, September 24, 2004
Intrigante
Mas, apesar de tudo, estou convencido, depois de ver o site, de que é mesmo uma tanga (há bacoradas a mais e o paleio de que "tudo está sendo cientificamente provado" não convence).
De qualquer maneira, podiam observar constantemente a mulher com uma câmara durante um aninho, pelo menos, para tirar dúvidas.
Era bom que de facto fosse verdade!
(na primeira versão deste post a minha opinião pessoal não era a de achar tudo uma farsa. Mas depois de ler tudo melhor e pensar um bocadinho fiquei convencido disso).
Mas há algumas coisas que acho verdadeiras no meio daquilo que estes seres que dizem viver da luz afirmam. É a ideia de estarmos demasiado viciados em comida e tudo girar em torno dela: "a sociedade se viciou em fazer eventos em torno da comida... São almoços de negócios, jantares sociais, lanches com amigos e festas com petiscos o tempo todo. Tudo gira em torno do ato de comer primeiro e então conversar, negociar e se divertir depois."
Bem, agora vou lanchar...
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Mas, apesar de tudo, estou convencido, depois de ver o site, de que é mesmo uma tanga (há bacoradas a mais e o paleio de que "tudo está sendo cientificamente provado" não convence).
De qualquer maneira, podiam observar constantemente a mulher com uma câmara durante um aninho, pelo menos, para tirar dúvidas.
Era bom que de facto fosse verdade!
(na primeira versão deste post a minha opinião pessoal não era a de achar tudo uma farsa. Mas depois de ler tudo melhor e pensar um bocadinho fiquei convencido disso).
Mas há algumas coisas que acho verdadeiras no meio daquilo que estes seres que dizem viver da luz afirmam. É a ideia de estarmos demasiado viciados em comida e tudo girar em torno dela: "a sociedade se viciou em fazer eventos em torno da comida... São almoços de negócios, jantares sociais, lanches com amigos e festas com petiscos o tempo todo. Tudo gira em torno do ato de comer primeiro e então conversar, negociar e se divertir depois."
Bem, agora vou lanchar...
Thursday, September 23, 2004
"Imagine a plague you catch through your ears.
The new death, this plague, can come from everywhere. A song. An overhead announcement. A news bulletin. A sermon. A street musician. You can catch death from a telemarketer. A teacher. An internet file. A birthday card.
A million people might watch a television show and then be dead the next morning because of an advertising jingle.
Imagine the panic.
Imagine a new Dark Age. Exploration and trade routes brought the first plagues from China to Europe. With mass media, we have so many new means of transmission.
Imagine the books burning. And tapes and films and files, radios and televisions, will go into that same bonfire. People will attack microwave relay stations. People with axes will chop every fiber-optic cable.
Imagine people chanting prayers , singing hymns, to drown out any sound that might bring death. Anything they don't already understand will be suspect, dangerous. Avoided. A quarantine against communication.
Instead of surgical maskes, people will wear earphones that will give them the soothing constant protection from of safe music or birdsongs. People will pay for a supply of "pure" news, a source for "safe" information and entertainment.
People will be happy to give up most of their culture for the assurance that that the tiny bit that comes through is safe and clean.
Imagine a higher and higher resistance to language. No one talks because no one dares to listen.
The deaf shall inherit the earth."
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The new death, this plague, can come from everywhere. A song. An overhead announcement. A news bulletin. A sermon. A street musician. You can catch death from a telemarketer. A teacher. An internet file. A birthday card.
A million people might watch a television show and then be dead the next morning because of an advertising jingle.
Imagine the panic.
Imagine a new Dark Age. Exploration and trade routes brought the first plagues from China to Europe. With mass media, we have so many new means of transmission.
Imagine the books burning. And tapes and films and files, radios and televisions, will go into that same bonfire. People will attack microwave relay stations. People with axes will chop every fiber-optic cable.
Imagine people chanting prayers , singing hymns, to drown out any sound that might bring death. Anything they don't already understand will be suspect, dangerous. Avoided. A quarantine against communication.
Instead of surgical maskes, people will wear earphones that will give them the soothing constant protection from of safe music or birdsongs. People will pay for a supply of "pure" news, a source for "safe" information and entertainment.
People will be happy to give up most of their culture for the assurance that that the tiny bit that comes through is safe and clean.
Imagine a higher and higher resistance to language. No one talks because no one dares to listen.
The deaf shall inherit the earth."
Chuck Palahniuk
Bizarras doenças neurológicas
latah - As pessoas que sofrem deste problema são compelidas fisicamente a fazer tudo aquilo que lhes dizem.
echopraxia - Estes doentes repetem todas as acções que alguém que estejam a observar faça.
echolalia - Os doentes com echolalia repetem tudo o que ouvem. Muitos autistas sofrem desta desordem.
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latah - As pessoas que sofrem deste problema são compelidas fisicamente a fazer tudo aquilo que lhes dizem.
echopraxia - Estes doentes repetem todas as acções que alguém que estejam a observar faça.
echolalia - Os doentes com echolalia repetem tudo o que ouvem. Muitos autistas sofrem desta desordem.
Tuesday, September 21, 2004
Os vários níveis do real (especulando)
Por muito real que um sonho possa estar a parecer, quando acordamos sentimos claramente que não o era de facto (por comparação com a realidade em que nos passamos a encontrar).
Ao atingirmos um estado de hiperconsciência temos uma sensação semelhante à anterior, só que, nesse momento, aquilo que antes nos parecia tão verdadeiro não passa de um sonho quando comparado com o estado que atingimos nessa experiência.
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Por muito real que um sonho possa estar a parecer, quando acordamos sentimos claramente que não o era de facto (por comparação com a realidade em que nos passamos a encontrar).
Ao atingirmos um estado de hiperconsciência temos uma sensação semelhante à anterior, só que, nesse momento, aquilo que antes nos parecia tão verdadeiro não passa de um sonho quando comparado com o estado que atingimos nessa experiência.
Sunday, September 19, 2004
Como podemos procurar algo que não sabemos o que é?
"...we lack a definition of life that can guide a search for life outside Earth. (...)
"with only one example of life—life on Earth—it is not all that surprising that we do not have a fundamental understanding of what life is. We don't know which features of Earth life are essential and which are just accidents of history."
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"...we lack a definition of life that can guide a search for life outside Earth. (...)
"with only one example of life—life on Earth—it is not all that surprising that we do not have a fundamental understanding of what life is. We don't know which features of Earth life are essential and which are just accidents of history."
Saturday, September 18, 2004
Espontaneidade (como obter homúnculos)
"... Deixar sémen de homem em putrefacção numa abóbora durante quarenta dias, ou pelo menos até começar a viver, isto é, a agitar-se. Ao fim deste tempo será em certa medida semelhante a um ser humano, apesar de transparente e sem corpo.
Se o alimentarmos cada dia com soro de sangue humano e se o mantivermos durante quarenta semanas num ventre de cavalo, torna-se num verdadeiro ser vivo e com tudo o que tem o filho de uma mulher, só que mais pequeno. É o que chamamos homúnculo. É preciso tratá-lo com grande cuidado até que evidencie sinais de inteligência."
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"... Deixar sémen de homem em putrefacção numa abóbora durante quarenta dias, ou pelo menos até começar a viver, isto é, a agitar-se. Ao fim deste tempo será em certa medida semelhante a um ser humano, apesar de transparente e sem corpo.
Se o alimentarmos cada dia com soro de sangue humano e se o mantivermos durante quarenta semanas num ventre de cavalo, torna-se num verdadeiro ser vivo e com tudo o que tem o filho de uma mulher, só que mais pequeno. É o que chamamos homúnculo. É preciso tratá-lo com grande cuidado até que evidencie sinais de inteligência."
Paracelso (séc. XVI)
Friday, September 17, 2004
Eu/Não-eu
Vou falar mais um pouco sobre o cérebro, Deus e as experiências místicas.
Existem vários tipos de experiências místicas ou transcendentais e nem todas são obrigatoriamente religiosas. Contudo, ao nível neurofisiológico, o que se passa em ambos os casos é semelhante; apenas muda a interpretação do sujeito individual em relação à experiência por que passou. Assim, o extâse de uma freira em oração é, aparentemente, o mesmo de um monge budista em meditação, biologicamente falando.
Queria falar de uma área do cérebro muito especial envolvida profundamente em qualquer destas experiências transcendentais, como demonstram estudos recentes. É, em inglês, chamada de orientation association area (OAA). É reponsável por quê? A sua função primária é a de, como o nome indica, nos orientar no espaço físico, dizendo-nos onde é o baixo e o cima, medindo ângulos e distâncias, enquandrando-nos na paisagem, no fim de contas. Para desempenhar esta tarefa crucial, esta área deve gerar, em primeiro lugar, uma clara noção dos limites do próprio indivíduo, ou seja, onde é que eu acabo e começa o resto. Assim, eu diferencio-me do infinito que é o universo. Parece de facto ridículo que o cérebro tenha uma estrutura que providencie uma distinção tão óbvia, mas essa é precisamente a prova de que a OAA faz o seu trabalho muito bem!
As técnicas de meditação (digo meditação num sentido muito lato) usadas podem ser muito diferentes umas das outras, mas todas acabam por afectar esta área, reduzindo a actividade, normalmente frenética, desta zona. A informação que deveria chegar a esses neurónios provenientes doutros é cortada e a OAA fica a funcionar a zero ou perto disso. Adivinhem a consequência essencial... Sem a informação proveniente do resto do cérebro, a clara diferenciação dos limites do eu desvanece-se. Como é que o cérebro interpreta isto? Ora bem, se a OAA não estabelece uma diferença entre mim e o universo, ambos se interligam num todo! E esta sensação torna-se absolutamente real.
Cá está! as experiências místicas, religiosas, transcendentais (chamem-lhes o que quiserem) caracterizam-se todas por se atingir uma União com algo superior, tal como um Deus ou o Universo.
Como praticante de Yôga, conhecer estes dados científicos foi muito engraçado, pois estão totalmente de acordo com a filosofia milenar que me foi passada. Ganhei uma visão muito mais completa acerca daquilo que é pretendido com a prática.
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Vou falar mais um pouco sobre o cérebro, Deus e as experiências místicas.
Existem vários tipos de experiências místicas ou transcendentais e nem todas são obrigatoriamente religiosas. Contudo, ao nível neurofisiológico, o que se passa em ambos os casos é semelhante; apenas muda a interpretação do sujeito individual em relação à experiência por que passou. Assim, o extâse de uma freira em oração é, aparentemente, o mesmo de um monge budista em meditação, biologicamente falando.
Queria falar de uma área do cérebro muito especial envolvida profundamente em qualquer destas experiências transcendentais, como demonstram estudos recentes. É, em inglês, chamada de orientation association area (OAA). É reponsável por quê? A sua função primária é a de, como o nome indica, nos orientar no espaço físico, dizendo-nos onde é o baixo e o cima, medindo ângulos e distâncias, enquandrando-nos na paisagem, no fim de contas. Para desempenhar esta tarefa crucial, esta área deve gerar, em primeiro lugar, uma clara noção dos limites do próprio indivíduo, ou seja, onde é que eu acabo e começa o resto. Assim, eu diferencio-me do infinito que é o universo. Parece de facto ridículo que o cérebro tenha uma estrutura que providencie uma distinção tão óbvia, mas essa é precisamente a prova de que a OAA faz o seu trabalho muito bem!
As técnicas de meditação (digo meditação num sentido muito lato) usadas podem ser muito diferentes umas das outras, mas todas acabam por afectar esta área, reduzindo a actividade, normalmente frenética, desta zona. A informação que deveria chegar a esses neurónios provenientes doutros é cortada e a OAA fica a funcionar a zero ou perto disso. Adivinhem a consequência essencial... Sem a informação proveniente do resto do cérebro, a clara diferenciação dos limites do eu desvanece-se. Como é que o cérebro interpreta isto? Ora bem, se a OAA não estabelece uma diferença entre mim e o universo, ambos se interligam num todo! E esta sensação torna-se absolutamente real.
Cá está! as experiências místicas, religiosas, transcendentais (chamem-lhes o que quiserem) caracterizam-se todas por se atingir uma União com algo superior, tal como um Deus ou o Universo.
Como praticante de Yôga, conhecer estes dados científicos foi muito engraçado, pois estão totalmente de acordo com a filosofia milenar que me foi passada. Ganhei uma visão muito mais completa acerca daquilo que é pretendido com a prática.
Thursday, September 16, 2004
Espontaneidade (como obter ratos)
"...Comprimir uma camisa de mulher, de preferência um pouco suja, num vaso com trigo. Ao fim de vinte e um dias o fermento do suor feminino transforma o grão em ratos."
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"...Comprimir uma camisa de mulher, de preferência um pouco suja, num vaso com trigo. Ao fim de vinte e um dias o fermento do suor feminino transforma o grão em ratos."
Van Helmont (1648)
Wednesday, September 15, 2004
Sobre Lamarckismo
Lamarck era francês e nasceu em meados do século XVIII. Andou no exército e foi mais tarde estudar medicina e botânica, tendo algum sucesso (embora o seu génio nunca tenha sido reconhecido durante a sua vida). Morreu em 1829 e foi enterrado numa campa alugada. Passados 5 anos os seus restos mortais sairam daí e não se sabe hoje onde estão!
A teoria de Lamarck para a diversidade das espécies é uma teoria evolucionista, tal como a de Darwin, por oposição às fixistas, considerando que ao longo do tempo as espécies se transformam. Então como é que Lamarck achava que as espécies evoluiam? A teoria de Lamarck baseia-se em dois princípios fundamentais: a lei do uso e desuso e a lei da herança dos caracteres adquiridos. A lei do uso e desuso diz basicamente que aparecem características nos seres vivos por existir necessidade (era giro se assim fosse realmente; hum... dava jeito umas asas...)! Depois de adquiridas essas características elas eram transmitidas às gerações seguintes de acordo com a lei da herança dos caracteres adquiridos. Deste modo, se cortassemos a cauda a um cão era suposto que os seus filhos nascessem também sem cauda!
Apesar de não se poder aplicar à realidade biológica, o lamarckismo acaba por se aplicar à evolução cultural do ser humano. A nossa cultura segue a lei da herança dos caracteres adquiridos. O que aprendemos numa geração transmitimos directamente à seguinte pelo ensino e escrita. A eficácia desta evolução proporciona a velocidade com que aumentamos o nosso conhecimento. É a elevadíssima velocidade que a acumulação de conhecimentos proporciona que nos pôs aqui hoje e nos desprendeu da lentíssima evolução darwinista. Agora, graças a isso, conseguimos mesmo chegar a um ponto de tecnologia e saber em que podemos alterar a evolução darwinista normal.
Por isso, viva o Lamarckismo (o rapaz em baixo é o Lamarck)!
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Lamarck era francês e nasceu em meados do século XVIII. Andou no exército e foi mais tarde estudar medicina e botânica, tendo algum sucesso (embora o seu génio nunca tenha sido reconhecido durante a sua vida). Morreu em 1829 e foi enterrado numa campa alugada. Passados 5 anos os seus restos mortais sairam daí e não se sabe hoje onde estão!
A teoria de Lamarck para a diversidade das espécies é uma teoria evolucionista, tal como a de Darwin, por oposição às fixistas, considerando que ao longo do tempo as espécies se transformam. Então como é que Lamarck achava que as espécies evoluiam? A teoria de Lamarck baseia-se em dois princípios fundamentais: a lei do uso e desuso e a lei da herança dos caracteres adquiridos. A lei do uso e desuso diz basicamente que aparecem características nos seres vivos por existir necessidade (era giro se assim fosse realmente; hum... dava jeito umas asas...)! Depois de adquiridas essas características elas eram transmitidas às gerações seguintes de acordo com a lei da herança dos caracteres adquiridos. Deste modo, se cortassemos a cauda a um cão era suposto que os seus filhos nascessem também sem cauda!
Apesar de não se poder aplicar à realidade biológica, o lamarckismo acaba por se aplicar à evolução cultural do ser humano. A nossa cultura segue a lei da herança dos caracteres adquiridos. O que aprendemos numa geração transmitimos directamente à seguinte pelo ensino e escrita. A eficácia desta evolução proporciona a velocidade com que aumentamos o nosso conhecimento. É a elevadíssima velocidade que a acumulação de conhecimentos proporciona que nos pôs aqui hoje e nos desprendeu da lentíssima evolução darwinista. Agora, graças a isso, conseguimos mesmo chegar a um ponto de tecnologia e saber em que podemos alterar a evolução darwinista normal.
Por isso, viva o Lamarckismo (o rapaz em baixo é o Lamarck)!
Sunday, September 05, 2004
Viva a evolução!
Dado o comentário do Fernando acerca da evolução decidi antecipar um post que já andava a pensar fazer. Diz ele que "[tem] grandes dúvidas de que o cérebro (ou o resto do corpo) esteja em evolução. Aliás, [pensa] que, biologicamente, a evolução parou.". Acho que há certamente ironia neste comentário. A nossa evolução darwiniana, bem como a de todos os outros seres vivos, continua. Não nos encontramos num estágio final da Natureza. Nós não somos a obra final de Deus! Hão-de existir muito melhores dentro de milhões de anos. O problema é que nós, e é aí que o Fernando pode ter razão, estamos a começar a interferir na evolução e somos cada vez mais capazes de determinar o nosso futuro. Portanto, há poucas dúvidas de que seremos moldados geneticamente cada vez mais a partir de agora por nós próprios. Deste modo iremos certamente ultrapassar a velocidade natural da evolução, levando esta para um plano de muito menor importância.
A nossa evolução darwiniana está a ser suplantada pela evolução lamarckiana da nossa cultura que consegue já modificar a nossa base física e biológica!
OK, tenho de sair, depois tento explicar o que é a evolução lamarckiana para quem não souber muito bem!
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Dado o comentário do Fernando acerca da evolução decidi antecipar um post que já andava a pensar fazer. Diz ele que "[tem] grandes dúvidas de que o cérebro (ou o resto do corpo) esteja em evolução. Aliás, [pensa] que, biologicamente, a evolução parou.". Acho que há certamente ironia neste comentário. A nossa evolução darwiniana, bem como a de todos os outros seres vivos, continua. Não nos encontramos num estágio final da Natureza. Nós não somos a obra final de Deus! Hão-de existir muito melhores dentro de milhões de anos. O problema é que nós, e é aí que o Fernando pode ter razão, estamos a começar a interferir na evolução e somos cada vez mais capazes de determinar o nosso futuro. Portanto, há poucas dúvidas de que seremos moldados geneticamente cada vez mais a partir de agora por nós próprios. Deste modo iremos certamente ultrapassar a velocidade natural da evolução, levando esta para um plano de muito menor importância.
A nossa evolução darwiniana está a ser suplantada pela evolução lamarckiana da nossa cultura que consegue já modificar a nossa base física e biológica!
OK, tenho de sair, depois tento explicar o que é a evolução lamarckiana para quem não souber muito bem!
Saturday, September 04, 2004
Abrindo o apetite...
No último post pus uma questão de resposta muito difícil de dar (impossível!?). No entanto ela está relacionada com uma área científica em pleno desenvolvimento: a biologia da crença, ou também neuroteologia. Os estudos realizados neste âmbito pretendem descobrir uma base biológica para a existência de religiões e mitos. Os resultados têm sido positivos, no sentido em que apontam de facto para a existência dessa base. No cérebro existem zonas que nos causam a sensação de que não estamos sozinhos e de que existe algo maior que nós, digamos assim. Um Deus, portanto. A razão para a existência destas zonas cerebrais talvez seja a mera selecção natural (os crentes estão mais aptos à sobrevivência!). De qualquer maneira não se pode saber se não terá sido Deus a progamar-nos deste modo.
Depois do meu estágio escreverei mais sobre este tema e também sobre biologia celular, o que já tinha prometido.
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No último post pus uma questão de resposta muito difícil de dar (impossível!?). No entanto ela está relacionada com uma área científica em pleno desenvolvimento: a biologia da crença, ou também neuroteologia. Os estudos realizados neste âmbito pretendem descobrir uma base biológica para a existência de religiões e mitos. Os resultados têm sido positivos, no sentido em que apontam de facto para a existência dessa base. No cérebro existem zonas que nos causam a sensação de que não estamos sozinhos e de que existe algo maior que nós, digamos assim. Um Deus, portanto. A razão para a existência destas zonas cerebrais talvez seja a mera selecção natural (os crentes estão mais aptos à sobrevivência!). De qualquer maneira não se pode saber se não terá sido Deus a progamar-nos deste modo.
Depois do meu estágio escreverei mais sobre este tema e também sobre biologia celular, o que já tinha prometido.
Thursday, September 02, 2004
Foi Deus que criou o cérebro ou o cérebro que criou Deus?
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break
Para avisar que nos próximos dias não devo ter internet disponível (vou estar a fazer um estágio no Instituto de Neurociências de Coimbra) e portanto devo passar uma semana sem "postar".
Inté!
(P.S. A interrupção foi afinal adiada uns dois dias)
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Para avisar que nos próximos dias não devo ter internet disponível (vou estar a fazer um estágio no Instituto de Neurociências de Coimbra) e portanto devo passar uma semana sem "postar".
Inté!
(P.S. A interrupção foi afinal adiada uns dois dias)
Wednesday, September 01, 2004
Porque nascem mais homens (post com muitos parêntesis)?
O Alex disse há pouco tempo num post que nascem 107 rapazes para 100 raparigas. É verdade. Mas porquê que isso acontece?
Ora bem, esta está longe de ser uma resposta definitiva para caso encerrado, mas parece que é a mais bem aceite, não deixando de ser bastante curiosa:
(Quase) todos sabemos que o ser humano tem origem na união de um espermatozóide com um ovócito (ou óvulo, que se lixem os tecnicismos). A determinação do sexo desse ser humano em potência deve-se aos famosos cromossomas X e Y, os cromossomas sexuais (como muitos ainda devem saber). Todos os seres humanos normais (sem doenças cromossómicas) possuem um par de cromossomas sexuais (bem como de todos os outros cromossomas). Os homens têm um X e um Y e as mulheres têm dois X. (Esta parte por agora é a teoria de certo modo necessária para a explicação que dou depois). Temos estes pares de cromossomas porque em cada gâmeta, ou célula sexual, dos dois que se unem na fecundação, existe apenas um cromossoma de cada futuro par, e 1+1=2... O cromossoma sexual Y só pode ser transmitido, obviamente, pelo pai; enquanto que o X pode ser transmitido pelos dois. Já vimos que as células sexuais possuem somente um cromossoma de cada par e, portanto, um espermatozóde que dará origem a um homem possui apenas o cromossoma sexual Y, enquanto que os que darão origem a uma mulher possuem o cromossoma X (é dos espermatozóides que vem a decisão do sexo, pois os óvulos têm todos o mesmo cromossoma sexual. Convém ainda acrescentar que é formado um número igual de espermatozóides com X e Y). Agora o facto mais importante: o cromossoma Y (bem como o X) chama-se assim por se parecer de facto com um Y (ou um X, para o outro), ou seja, um X sem uma "perninha". Então, o Y é um cromossoma de menores dimensões que o X. A par da sua menor dimensão vem uma massa ligeiramente inferior à do outro, pois não é mais denso. Ou seja, um espermatozóide Y (chamemos-lhe assim) é um bocadinho de nada mais leve que um X. Deste modo, como é lógico pela física mais básica, os Y vão conseguir ser um nadinha mais rápidos que os X e assim, por chegarem mais depressa ao óvulo, vai-se observar que, com um número elevado de fecundações, existe um número de embriões masculinos ligeiramente superior aos femininos.
'Tá explicado, acho.
P.S.- Mais para a frente pode vir, se quiserem, uma clarificação quanto a esta complicação de um cromossoma numas células e dois cromossomas noutras...
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O Alex disse há pouco tempo num post que nascem 107 rapazes para 100 raparigas. É verdade. Mas porquê que isso acontece?
Ora bem, esta está longe de ser uma resposta definitiva para caso encerrado, mas parece que é a mais bem aceite, não deixando de ser bastante curiosa:
(Quase) todos sabemos que o ser humano tem origem na união de um espermatozóide com um ovócito (ou óvulo, que se lixem os tecnicismos). A determinação do sexo desse ser humano em potência deve-se aos famosos cromossomas X e Y, os cromossomas sexuais (como muitos ainda devem saber). Todos os seres humanos normais (sem doenças cromossómicas) possuem um par de cromossomas sexuais (bem como de todos os outros cromossomas). Os homens têm um X e um Y e as mulheres têm dois X. (Esta parte por agora é a teoria de certo modo necessária para a explicação que dou depois). Temos estes pares de cromossomas porque em cada gâmeta, ou célula sexual, dos dois que se unem na fecundação, existe apenas um cromossoma de cada futuro par, e 1+1=2... O cromossoma sexual Y só pode ser transmitido, obviamente, pelo pai; enquanto que o X pode ser transmitido pelos dois. Já vimos que as células sexuais possuem somente um cromossoma de cada par e, portanto, um espermatozóde que dará origem a um homem possui apenas o cromossoma sexual Y, enquanto que os que darão origem a uma mulher possuem o cromossoma X (é dos espermatozóides que vem a decisão do sexo, pois os óvulos têm todos o mesmo cromossoma sexual. Convém ainda acrescentar que é formado um número igual de espermatozóides com X e Y). Agora o facto mais importante: o cromossoma Y (bem como o X) chama-se assim por se parecer de facto com um Y (ou um X, para o outro), ou seja, um X sem uma "perninha". Então, o Y é um cromossoma de menores dimensões que o X. A par da sua menor dimensão vem uma massa ligeiramente inferior à do outro, pois não é mais denso. Ou seja, um espermatozóide Y (chamemos-lhe assim) é um bocadinho de nada mais leve que um X. Deste modo, como é lógico pela física mais básica, os Y vão conseguir ser um nadinha mais rápidos que os X e assim, por chegarem mais depressa ao óvulo, vai-se observar que, com um número elevado de fecundações, existe um número de embriões masculinos ligeiramente superior aos femininos.
'Tá explicado, acho.
P.S.- Mais para a frente pode vir, se quiserem, uma clarificação quanto a esta complicação de um cromossoma numas células e dois cromossomas noutras...