Thursday, June 22, 2006
Que declínio?
Vai entrando na nossa cabeça ao longo dos anos uma ideia de fatalidade na aprendizagem. De que se não aprendermos isto até aos x anos nunca mais vamos conseguir fazê-lo. Que só faz sentido aprendermos a tocar piano a partir dos x anos, etc. Chegamos aos 20 e achamos que já não poderemos aprender nada (ou muito pouca coisa) e que isto tem de certo modo a ver com um qualquer declínio ao nível biológico nos nossos sistemas neuronais. Eu exagerei um bocado nesta descrição, mas acho que isto acontece um pouco. É preciso mostrar que é falso! Que podemos continuar a criar estradas novas na nossa cabeça com o passar do tempo! E que se calhar até o fazemos melhor mais tarde do que em idades precoces! Não acho saudável haver tanta coisa importante que só possa entrar na nossa cabeça quando somos novos, pois perdemos a capacidade de as questionar. É importante uma aprendizagem que toque em bases, em alicerces, nas idades adultas, pois é a maneira de olharmos para as roldanas e rodas dentadas.
É triste a paralisação. Devíamos permanecer camaleões em muitos aspectos, mudando os nossos gostos, gerando novas personalidades, reprogramações, mudança de sistema operativo, surpreendendo, mudarmos as nossas formas e aproximarmo-nos do que desconhecemos...
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Vai entrando na nossa cabeça ao longo dos anos uma ideia de fatalidade na aprendizagem. De que se não aprendermos isto até aos x anos nunca mais vamos conseguir fazê-lo. Que só faz sentido aprendermos a tocar piano a partir dos x anos, etc. Chegamos aos 20 e achamos que já não poderemos aprender nada (ou muito pouca coisa) e que isto tem de certo modo a ver com um qualquer declínio ao nível biológico nos nossos sistemas neuronais. Eu exagerei um bocado nesta descrição, mas acho que isto acontece um pouco. É preciso mostrar que é falso! Que podemos continuar a criar estradas novas na nossa cabeça com o passar do tempo! E que se calhar até o fazemos melhor mais tarde do que em idades precoces! Não acho saudável haver tanta coisa importante que só possa entrar na nossa cabeça quando somos novos, pois perdemos a capacidade de as questionar. É importante uma aprendizagem que toque em bases, em alicerces, nas idades adultas, pois é a maneira de olharmos para as roldanas e rodas dentadas.
É triste a paralisação. Devíamos permanecer camaleões em muitos aspectos, mudando os nossos gostos, gerando novas personalidades, reprogramações, mudança de sistema operativo, surpreendendo, mudarmos as nossas formas e aproximarmo-nos do que desconhecemos...
Thursday, June 15, 2006
Pro-test
Houve há uns meses uma manifestação em Oxford a favor da experimentação em animais.
Continuem a ler:
"Most interestingly, this demonstration was not organized by scientists, but by a 16 year old student, Laurie Pycroft, who was unhappy with the one-sided public debate on this issue. He created a research advocacy website catchily called Pro-test, and went on to organize the march. Though there were plenty of scientists who spoke at the demonstration (as well as the local member of parliament), the mobilizing force behind this march seem not to be scientists. Animal rights activists have been far more successful in arguing their case to the general public, and this is partly because few researchers want to risk the kind of concentrated campaigns which have been carried out against the handful of researchers who have spoken for animal research (and Laurie himself is now a target ). Groups like Pro-test suggest that some of the messages from the scientific community are getting through, and the chance for a more open debate is welcomed. "
Tirado daqui.
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Houve há uns meses uma manifestação em Oxford a favor da experimentação em animais.
Continuem a ler:
"Most interestingly, this demonstration was not organized by scientists, but by a 16 year old student, Laurie Pycroft, who was unhappy with the one-sided public debate on this issue. He created a research advocacy website catchily called Pro-test, and went on to organize the march. Though there were plenty of scientists who spoke at the demonstration (as well as the local member of parliament), the mobilizing force behind this march seem not to be scientists. Animal rights activists have been far more successful in arguing their case to the general public, and this is partly because few researchers want to risk the kind of concentrated campaigns which have been carried out against the handful of researchers who have spoken for animal research (and Laurie himself is now a target ). Groups like Pro-test suggest that some of the messages from the scientific community are getting through, and the chance for a more open debate is welcomed. "
Tirado daqui.
Monday, June 05, 2006
"A evidência da prova
Para a alegria tudo é evidente, tudo é claro, tudo se prova.
Para a tristeza não.
É indispensável a alegria na ciência porque é indispensável a ilusão da evidência a que só a alegria chega.
Provar algo, provar qualquer coisa, é uma exuberância do coração algre.
- Acreditas de tal forma em ti que acreditas no que a tua cabeça prova."
Gonçalo M. Tavares
Tirei este texto do último e delicioso livro deste autor: "Breves notas sobre ciência" (Relógio d'Água). Um cruzamento fantástico de poesia, filosofia e ciência, donde sai um livrinho que vamos querer levar sempre connosco para todo o lado.
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Para a alegria tudo é evidente, tudo é claro, tudo se prova.
Para a tristeza não.
É indispensável a alegria na ciência porque é indispensável a ilusão da evidência a que só a alegria chega.
Provar algo, provar qualquer coisa, é uma exuberância do coração algre.
- Acreditas de tal forma em ti que acreditas no que a tua cabeça prova."
Gonçalo M. Tavares
Tirei este texto do último e delicioso livro deste autor: "Breves notas sobre ciência" (Relógio d'Água). Um cruzamento fantástico de poesia, filosofia e ciência, donde sai um livrinho que vamos querer levar sempre connosco para todo o lado.
