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Saturday, November 26, 2005

O que as palavras dizem

As línguas da humanidade são estruturas culturais milenares. As palavras vão surgindo e ganhando significados, alterando-se ao longo do tempo, expressando o que as pessoas necessitam de dizer umas às outras. Através da linguagem descreve-se também a realidade, ou pelo menos aquilo que se sente dela. Essa realidade é simultaneamente objecto de estudo da ciência em geral.
A ciência é outro fenómeno humano importante e nos últimos tempos tem evoluído mais depressa, adquirindo exponencialmente maior volume de conhecimentos. Vamos sabendo gradualmente cada vez mais sobre essa realidade que a linguagem já há tanto tempo codifica. Ao mesmo tempo, a ciência serve-se da linguagem para ser entendida.
O universo onde os humanos se movem está já todo muito bem cartografado pela sua linguagem, cheio de significados entranhados na bagagem cultural da nossa espécie, criados por um empirismo que vem das origens e que depois se reflecte naquilo que as palavras que usamos fazem entender. Assim, há uma certa incompatibilidade entre os significados das palavras nas nossas línguas tradicionais e aquilo que através da ciência descobrimos. Achamos que o conhecimento científico deve estar de acordo. Isto é uma barreira. Por exemplo, quando desejamos estudar fenómenos mentais complexos como a consciência, a vontade, a inteligência, etc, acabamos por nos confundir. Não conseguimos facilmente definir o objecto de estudo e os resultados vão desiludindo porque nunca coincidem com as expectativas criadas pela enorme teia de significações que damos a esses conceitos.

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