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Tuesday, November 15, 2005

Como gerar gente brilhante?


Claro que não me atrevo a responder a esta pergunta. Tenho só andado a pensar num pormenor:
Quando leio episódios biográficos de gente muito boa (brilhante) que tenha vivido há já mais de um século, constato que sofreram um processo de aprendizagem diferente do que acontece hoje, sendo interessante a comparação. Geralmente, tudo acontecia mais cedo e é comum essa gente brilhante ter tido tutores particulares desde muito nova. Aos 16 anos era normal um rapaz (sim, porque as coisas para as raparigas eram bem mais complicadas e ainda hoje são) já estar a estudar medicina, por exemplo, com um grande médico da zona. E antes disso, muito pequenos, aprendiam latim e eram iniciados nas grandes obras. O acesso de poucos à educação fazia com que (e digo isto com poucos fundamentos; é só o que me parece) todo o ensino fosse um pouco mais personalizado, mais virado para um indivíduo inteligente capaz de interagir com o seu tutor mais livremente, capaz de aprender ao seu ritmo, evoluir, desde cedo, segundo a sua verdadeira vocação.
Hoje em dia somos logo metidos na 'carneirada' para só muitos anos depois nos livrarmos disso. Passamos os 16, 17, 18, 19, 20... sempre num grupo de várias dezenas ou centenas, todos estudando inflexivelmente o mesmo que fora planeado por umas cabecinhas há anos atrás.
Mas, vendo melhor, esta componente de educação em massa, que é de facto uma realidade, apenas faz com que o processo se atrase. Não existe gente de 16 anos a estudar com as maiores cabeças; mas existe gente de 25 ou 26 a fazer doutoramentos em centros de investigação com experts da área. A esse nível as coisas acabam por ser parecidas com antigamente.
Importa é verificar até que ponto essa relação com um tutor muito próximo é frutífera; até que ponto se aprende ou se finge que aprende; até que ponto se ultrapassam barreiras convencionadas e se dá expressão à criatividade.
Mas quando lá chegar falarei melhor sobre isso. Para já resta-me pensar que com a minha idade havia gente com um conhecimento já bem especializado a inventar e descobrir coisas importantes. Mas prefiro (que fique claro!) estar aqui e agora... esses tipos não sabiam o que é um computador!

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