<$BlogRSDUrl$>

Monday, August 30, 2004

Vícios

Ok, então como é que nos viciamos em coisas como o tabaco ou a heroína, por exemplo?
Pegando no caso do tabaco, a nicotina (aquilo que causa o vício, como muita gente sabe) é uma substância química que, quando no cérebro, toma o lugar de um neurotransmissor natural (a acetilcolina, mas o nome não é o mais importante). O uso da acetilcolina por parte das nossas células nervosas é algo bem controlado. Pelas parecenças estruturais moleculares (que enganam os neuroreceptores), a nicotina funciona como uma sobredose de acetilcolina na nossa ranheta (com todo o respeito) cinzenta. Assim, as quantidades do neurotransmissor tornam-se estupidamente altas e o equlíbrio outrora existente é quebrado. Depois de alguns cigarritos os neurónios habituam-se às novas doses da suposta acetilcolina (que é, na verdade, um outro gajo a querer fazer-se passar por ela) e, deste modo, só funcionam direito quando têm essas novas e elevadas concentrações. Então, quando não há nicotina suficiente, a "caximónia" "pede" mais. Estamos viciados.
A nicotina, ao contrário da acetilcolina (de maior e mais equilibrada abrangência), actua só em alguns dos tipos específicos de receptores. Os efeitos mensuráveis da nicotina no cérebro são, pois, o aumento da pulsação e pressão sanguínea, que colocam o corpo num estado de alerta, pronto para lutar ou fugir. Por isso é que em situações de stress, quando o trabalho dos neurónios em causa é requisitado, a vontade de pegar no cigarrito aumenta.

|
Comments: Post a Comment

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com
hits.