Sunday, May 09, 2004
sobre classificações
O ser humano tem uma necessidade enorme de classificar. Faz sentido; as classificações são um modo de organização. E é importantíssimo ter o conhecimento organizado. Assim movimentamo-nos melhor nele. A questão é que as classificações são algo meramente humano, mas tão entranhado em nós que pensamos nelas como naturais.
Surgiu-me esta questão ao observar bactérias, no outro dia. Via aquela quantidade enorme de grânulos minúsculos, todos muito iguais, muito bem corados e pensava: “porque raio hei de chamar a isto bactérias?”. De facto, as únicas bactérias que existiram no universo foram aquelas que a pessoa que lhes resolveu chamar bactérias viu. O que eu vi não sei o que era. Para mim cada um daqueles pontos naquele campo visual era tão diferente um do outro como um candeeiro é de uma garrafa. As parecenças que os unem são muito insignificantes relativamente ao facto de não serem todos o mesmo ser. Mesmo que todos tenham derivado do mesmo ser e contenham o material genético semelhante, são entidades separadas e cada uma deveria ter o seu nome. Cada molécula de água dentro daqueles organismos é uma molécula diferente; cada átomo de hidrogénio é um átomo diferente; cada quark é um quark diferente…
Esta diversidade infinita leva-me a questionar se não existirá uma unidade implícita a tudo; algo que supere a diferença. Talvez o facto de todos existirem...
Mas que tremenda confusão seria se tivéssemos de nomear cada quark do universo!
Ao pensar nestas questões lembrei-me ainda de outra coisa. A classificação de seres vivos e seres não-vivos. Inclusivamente, será diferente classificar um punhado de seres como insectos e um punhado de sistemas físicos como buracos negros?
Tudo o que é vivo é composto por coisas não vivas. Será assim? Pelo menos os átomos que me constituem vão talvez formar uma nebulosa espacial, um dia. Então onde está a vida? Haverá uma diferença maior ou menor entre um ser vivo e um ser não vivo ou entre dois seres não vivos? Será essa uma classificação verdadeiramente natural?
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O ser humano tem uma necessidade enorme de classificar. Faz sentido; as classificações são um modo de organização. E é importantíssimo ter o conhecimento organizado. Assim movimentamo-nos melhor nele. A questão é que as classificações são algo meramente humano, mas tão entranhado em nós que pensamos nelas como naturais.
Surgiu-me esta questão ao observar bactérias, no outro dia. Via aquela quantidade enorme de grânulos minúsculos, todos muito iguais, muito bem corados e pensava: “porque raio hei de chamar a isto bactérias?”. De facto, as únicas bactérias que existiram no universo foram aquelas que a pessoa que lhes resolveu chamar bactérias viu. O que eu vi não sei o que era. Para mim cada um daqueles pontos naquele campo visual era tão diferente um do outro como um candeeiro é de uma garrafa. As parecenças que os unem são muito insignificantes relativamente ao facto de não serem todos o mesmo ser. Mesmo que todos tenham derivado do mesmo ser e contenham o material genético semelhante, são entidades separadas e cada uma deveria ter o seu nome. Cada molécula de água dentro daqueles organismos é uma molécula diferente; cada átomo de hidrogénio é um átomo diferente; cada quark é um quark diferente…
Esta diversidade infinita leva-me a questionar se não existirá uma unidade implícita a tudo; algo que supere a diferença. Talvez o facto de todos existirem...
Mas que tremenda confusão seria se tivéssemos de nomear cada quark do universo!
Ao pensar nestas questões lembrei-me ainda de outra coisa. A classificação de seres vivos e seres não-vivos. Inclusivamente, será diferente classificar um punhado de seres como insectos e um punhado de sistemas físicos como buracos negros?
Tudo o que é vivo é composto por coisas não vivas. Será assim? Pelo menos os átomos que me constituem vão talvez formar uma nebulosa espacial, um dia. Então onde está a vida? Haverá uma diferença maior ou menor entre um ser vivo e um ser não vivo ou entre dois seres não vivos? Será essa uma classificação verdadeiramente natural?
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