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Friday, April 30, 2004

Cortem-lhes o telefone

As bactérias são bichos fantásticos. Existem biólogos a estudar a comunicação entre elas! Esta comunicação é uma arma fundamental para os ditos seres. Por exemplo, para desencadear a doença conhecida por salmonelas, as bactérias têm de se coordenar para que libertem simultaneamente uma toxina. Se o fizessem isoladamente o mais provável era o seu fracasso, pois o sistema imunitário iria controlá-las facilmente. Do mesmo modo, é necessária a comunicação para as bactérias luminescentes, todas ao mesmo tempo, fazerem uma lula brilhar, afastando predadores. Parece que a chave da comunicação se encontra numa linguagem química, codificada geneticamente.
Estes conhecimentos trazem a possibilidade de combater doenças com novas estratégias: destruir o sistema de comunicação bacteriano, para que o seu ataque se torne muito desorganizado, pouco eficaz.
Soa a muito bélico, não?

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Pois há alguma lógica natural em no sabor que as coisas têm. Sentimos o doce em muitos alimentos, e achamos isso bom, por esses serem alimentos altamente energéticos. O açúcar é um muito bom fornecedor de energia. Se nos soubessem mal, não os comeríamos tanto e anadríamos mais fraquinhos. O problema é que há muita verdura que só faz bem, mas não tem um sabor lá muito convidativo... Mas com os desenvolvimentos nos modificadores de sabor...

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Wednesday, April 28, 2004

A questão da energia, em como produzi-la de um modo o menos poluente possível, é importantíssima e é apenas uma questão de tempo até ela ser mais amplamente debatida. Muito já se debateu no blog do Henrique sobre este assunto. Eu gostava de dar uma boa notícia a todos e ao Henrique em particular. Esteve ontem na minha escola um engenheiro,que dá aulas na faculdade de engenharia do Porto (FEUP),a promover a sua instituição. Lá pelo meio ele falou da questão da energia. Disse que estavam a pensar criar na sua faculdade (das maiores do país) um curso só sobre ela, pois o país precisa, de facto, de pessoas formadas nesta área específica, com grande urgência. Também não parou de falar da parvoíce que é ter advogados a tratar de assuntos que cabem aos engenheiros, sendo esse um importante motivo para o atraso português.
Parece, portanto, que há iniciativa para efectuar a mudança!

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Friday, April 23, 2004

Direitos dos animais II

" - Ah, estás a pensar em quê, exactamente?
- Por exemplo, no que ela disse acerca da razão humana. Supostamente tentava definir a natureza da compreensão racional. Dizer que as descrições racionais são uma mera consequência da estrutura da mente humana; que os animais `têm as suas próprias descrições, de acordo com a estrutura das suas próprias mentes, às quais não temos acesso porque não possuímos uma linguagem comum.
- Que mal há em dizer isso?
- É naive, John. É o tipo de relativismo fácil e básico que impressiona os caloiros. Respeito pela mundivisão de cada um, a mundivisão de uma vaca, a mundivisão de um esquilo, e por aí a fora. No final chega-se à total paralisia intelectual. Passa-se tanto tempo a respeitar que já não sobra nenhum para pensar.
- E um esquilo não tem uma mundivisão?
- Sim, um esquilo tem uma mundivisão. A sua mundivisão engloba bolotas, condições atmosféricas, árvores e esquilos do sexo oposto. Engloba uma descrição do modo como estes fenómenos interagem e como ele deve interagir com eles para sobreviver. É tudo. É isto o mundo segundo um esquilo.
-Temos a certeza disso?
- Temos certeza disso na medida em que centenas de anos de observações de esquilos não nos levaram a concluir de outra forma.
- De modo que Descartes tinha razão e os animais são apenas autómatos biológicos.
- De uma maneira geral, sim. Não é possível distinguir de uma forma abstracta entre uma mente de um animal e uma máquina simuladora de uma mente de um animal.
- E os seres humanos, são diferentes?
- John, estou cansada e tu estás a ser irritante. Os seres humanos inventam a matemática, constroem telescópios, a Sojourner aterra em Marte conforme previsto, primem butões e, bang!. É por isso que a racionalidade não é apenas um jogo. A razão fornece-nos um conhecimento objectivo do mundo real. Foi testado e funciona. És físico. Devias saber.
- Concordo, funciona. No entanto, não existirá uma posição exterior, da qual o nosso pensamento e o envio de uma sonda a Marte se pareça muito com o pensamento do esquilo e da sua corrida em busca de um fruto seco?
- Mas essa posição não existe! Sei que parece antiquado, mas tenho de dizê-lo. Não há posição exterior à razão onde se possa estar e de onde se possam proferir conferências sobre a razão e avaliar a razão.
- Excepto a posição de alguém que se tenha afastado da razão.
- Isso é irracionalismo francês, o tipo de coisa que alguém diria se nunca tivesse posto os pés num hospital psiquiátrico e visto como são as pessoas que realmente se afastaram da razão.
- Então, excepto Deus.
- Nem Deus, se for um Deus de razão.
- Estou surpreendido, Norma. Estás a falar como uma racionalista antiquada."

J.M. Coetzee "Os poetas e os animais"

Cá está um excerto daquilo de que vos falei...
Haverá posição possível exterior à razão, que a possa avaliar?

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Wednesday, April 21, 2004

Direitos dos Animais

A questão dos direitos dos animais é algo pelo menos filosoficamente interessante.
Até que ponto podemos manipular os animais? Até que ponto têm eles direitos?
Se dermos direitos aos animais, teríamos de lhes dar deveres também, ou não? E fará sentido dar direitos a criaturas que não têm consciêncvia desse facto? Será possível ter para com os animais o tipo de compaixão "não faças aos outros aquilo que não queres que façam a ti?"
Existirá mais valor numa vida humana do que na de um animal? Valerá mais uma inteligência racional muito desenvolvida ou um sentido apurado de olfacto, por exemplo?
Como vêem, só tenho dúvidas no que toca a esta questão... De qualquer maneira inclino-me para a defesa dos seus direitos, embora não seja radical. Acabo por concordar um pouco com o outro, cujo nome não me recordo, que dizia que o grau de desenvolvimento de uma sociedade se vê pelo modo como são tratados os animais.
Estes problemas surgiram-me depois de ler o livro "As vidas dos animais" que inclui um conto muito interessante, dentro desta temática, do sul-africano J.M. Coetzee.

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Sunday, April 18, 2004

"Eram os deuses extraterrestres?"

A título de curiosidade, existem na Bíblia passagens como estas:
"O senhor Deus disse: 'aqui está o homem que, por conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós.'" Génesis 3: 22

"Olhei e vi: uma nuvem espessa acompanhada de um clarão e uma massa de fogo resplandecente à volta; no meio dela, via-se algo semelhante ao aspecto dum metal resplandecente." Ezequiel 1: 4

São apenas dois exemplos das centenas de excertos que podem ter interpretações alienescas. Já há muito que se houve falar desta ligação, mas muitas vezes desconhecem-se estes exemplos. Engraçado, hein?!

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Tuesday, April 13, 2004

Homem produto!

Diz-se muitas vezes que a mulher é tratada como um "objecto" por gente menos civilizada, o que é de facto verdade.
Analisemos isto: Os indivíduos do sexo masculino produzem uma quantidade astronómica de células sexuais. Os espermatozóides que saem numa ejaculação seriam suficientes em número para fertilizar todas as mulheres da Europa. Também é verdade que o papel típico dos homens, e dos machos em geral na Natureza, é o de fertilizarem o máximo de fêmeas durante a vida. O papel das fêmeas parece ser o de escolher o macho que aparenta possuir as melhores propriedades genéticas, de modo a mais bem perpetuar a espécie. Deste modo, os machos concorrem entre si arranjando métodos mais e mais sofisticados para se tornarem atraentes (o que pode ir de plumagens exuberantes a telemóveis pequeninos).
Este exemplo do mundo natural associa-se, para mim, ao comportamento do mercado nas sociedades modernas. Vêm-se as marcas a concorrerem entre si, criando produtos, mas essencialmente (porque o produto até é muitas vezes de má qualidade), campanhas publicitárias cada vez mais chamativas. O cidadão escolhe o que acha melhor para si.
Assim, podemos chamar ao homem que trata a sua mulher como objecto (bem como a todos os outros...) "Homem produto!" (e são as "campanhas publicitárias" dos homens que realmente evoluem, porque o conteúdo em si não varia lá muito...)

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Friday, April 09, 2004

Mais sobre "constantes"

Pois a ideia de constantes variáveis (que grande contradição!) é algo que já existe há algum tempo.
Uma ideia interessante é a das constantes serem hábitos. A Natureza seria governada por esses hábitos, sujeitos à selecção natural, em vez de um espírito matemático eterno. Os campos gravitacionais e electromagnéticos, os átomos, as galáxias e as estrelas seriam comandados por hábitos arcaicos, que remontam aos primórdios da história do universo. Deste ponto de vista, as "constantes fundamentais" são aspectos quantitativos e hábitos profundamente enraizados. Podem ter variado a princípio, mas à medida que, com a repetição, se foram crescentemente fixando, é natural que as constantes tenham assentado em valores mais ou menos estáveis.
Mas há mais dados para se crer nesta variação.
Medições, por exemplo, da constante gravitacional ou da velocidade da luz oscilam, numa ordem de grandeza pequena, é certo. Mas se considerarmos que as flutuações das constantes também seriam pequenas, como podemos ter a certeza que elas não variam de facto?
E será que existem outras leis por detrás da variação das constantes?

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Tuesday, April 06, 2004

Evoluirão as constantes do universo com o próprio universo?

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Monday, April 05, 2004

Lembram-se daquele meu post sobre computadores e universos, bla, bla, bla??
Pois encontrei na net (via Formiga de Langton ) uma apresentação power point dum cientista do MIT a desenvolver o tema.
O trabalho acaba por parecer estranho por ser vindo de um homem da razão (aquilo descamba, de facto, para misticismo a mais, ao fim de alguns slides), mas dá para ver até onde estas ideias nos podem levar!

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Imaginem-se crianças, naquela idade em que desabrocha a flor da curiosidade. Estão numa sala onde se encontra um enorme jogo de tabuleiro, com imensos pormenores, cartas, peões, dados e mais peças cuja função parece indecifrável. Vocês procuram por toda a sala, mas não encontram nenhum livro com as regras (talvez alguns, por inspiração divina, consigam fazer aparecer esse livro...). O que resta então tentar? Bem, a única solução será criar as regras do jogo. O problema é que num jogo tão complexo vai ser difícil conseguir com que todos os pormenores batam certo. Ao descobrirmos como um dos aspectos do jogo se processa podemos estar a entrar em contradição com outra parte qualquer sua. Depois ainda nos podemos questionar: "Quem criou o jogo?" e procurar por esse alguém ansiando por respostas...
Mas parece que nunca na vida conseguiremos acabar tamanha tarefa!
temos, contudo, de pensar que somos ainda muito jovens e o jogo talvez não tenha sido feito para a nossa idade... Devemos pensar ainda que à medida que crescemos vamos estar cada vez mais aptos a encontrar as soluções e maneira de harmonizar o conjunto caótico de dados.

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